Nasci em 1989 e, apesar da febre que Cavaleiros dos Zodíaco foi em meados de 1994, eu era muito novo na época. Lembro-me pouquíssimo do anime, imagino por que meus pais também não me deixavam ver muito, então acabei nunca entrando na febre. Nos anos que se seguiram lembro de ter visto Dragon Ball no SBT esporadicamente e, junto com Fly, eu me divertia muito por serem desenhos bem diferentes dos outros que dividiam a programação. Na época eu não fazia ideia do que era anime ou coisas do tipo.
Chegou 2000, fui para a quinta série (atualmente acredito que seja a sexta) e, pela primeira vez, passei a estudar de manhã. A princípio, sem TV por assinatura (só fui ter isso depois de casar), foi meio triste pois todos os desenhos passavam de manhã. Com o tempo consegui compensar isso com meu velho vídeo cassete que gravava, conforme programação que criei, em EP toda a programação de quatro horas da Globo da manhã, mas foi antes disso que Dragon Ball retornou para o meu dia a dia. Sem ter o que assistir eu ficava revezando entre Cinema em Casa e Sessão da Tarde quando, num certo dia, resolvi colocar na Band. E lá estava Dragon Ball Z sendo transmitido, completamente solto na programação da tarde. Demorei um pouco a entender o que estava havendo, visto que eu só conhecia aqueles personagens como crianças, uma vez que o SBT nunca exibiu Dragon Ball completo. Passei a assistir diariamente e logo entendi que se tratava da continuação, Dragon Ball Z, com os personagens adultos, com filhos e etc. Aquilo me fisgou instantaneamente.
Passei a assistir do ponto em que encontrei. Se não engano estavam lutando contra as Forças Especiais Ginyu. Eu não conhecia ninguém que assistia e não haviam revistas falando a respeito então demorou algumas semanas para eu comentar na escola e, ao poucos, fui descobrindo que eu não era o único. Nos meses que se seguiram uma a uma foram surgindo revistas sobre o tema, como AnimeDO e Ultra Jovem que, claro, eu comecei a comprar sempre que via. A experiência foi muito legal pois foi a partir daí que a febre do anime, esquecida após tantos anos do fim de Cavaleiros dos Zodíaco, retornou com força total. A Band criou um programa para exibir seus animes, o Band Kids, a Globo começou a correr atrás do prejuízo, a Conrad começou a lançar os mangás (onde, pela primeira vez, conheci a história de DB completa) e, com o tempo, a febre estava instalada. A onda foi tão forte que, com o tempo, a Globo pegou tudo para ela, exibindo Dragon Ball, Dragon Ball Z (a princípio continuando de onde a Band parou, apesar de ter ignorado a parte do Paikuhan, e depois reexibindo retalhadamente desde o início) e Dragon Ball GT, que nem me dei ao trabalho.
Acabei não comentando sobre Pokémon mas ele, juntamente com Dragon Ball Z, foram as duas pernas que movimentaram essa nova onda de animes no Brasil.
O que eu mais gostava de Dragon Ball era a evolução dos personagens. Goku começara como criança, foi criando amizades, relacionamentos e chegou a ter filhos. Eu me identificava pra caramba com o Gohan, apesar de eu não ser tão chorão (até usava o nick Mystic Gohan no bate papo do UOL). A ideia do pai passando o bastão para o filho era muito legal, o que é concretizado no fim da saga Cell. Infelizmente os fãs não curtiram muito e o Gohan virou um bosta da saga do Boo em diante. Recentemente Dragon Ball Z voltou com força total, graças a fase Super, resgatando os antigos fãs que esperavam, há tempos, retirar o gosto ruim que o GT deixou. E, felizmente, a série tem se mostrado promissora, já tendo ultrapassado os 100 episódios.
No fim das contas me propus a falar sobre Dragon Ball mas meus dedos decidiram transferir para vocês essa minha experiência com a série, relembrando de maneira nostálgica como essa série me influenciou e, imagino eu, também impactou várias pessoas. Acabei escrevendo sobre o que veio à cabeça, então me desculpe se acabou sendo uma propaganda enganosa. Mesmo podendo assistir tudo hoje fica na memória essa época mais simples, onde saíamos da escola para assistir o episódio do dia, nos divertindo ao invés de sermos pseudo-críticos. Eram tempos mais simples, mais divertidos e imensamente saudosos.